As regras da poupança mudaram. Desde a última sexta-feira, o investimento favorito das famílias de baixa renda (quando não são ludibriados por gerentes de banco que tentam enfiar títulos de capitalização goela abaixo dos clientes) segue uma lógica diferente.
– Sempre que a Selic for superior a 8,5% ao ano, nada muda (atualmente ela está em 9% aa). O rendimento da poupança continuará sendo de 0,5% ao mês, acrescido da Taxa Referencial (famosa TR, de 0,0864% ao mês).
– Porém, quando a Selic for igual ou inferior a 8,5% ao ano, a poupança será determinada por ela. O rendimento do investimento será igual à TR + 70% da Selic. Se a Selic for a 8%, por exemplo, o retorno será de 5,6% ao ano.
A equipe econômica do governo tomou a decisão de alterar as regras da poupança para abrir caminho a maiores reduções na taxa básica de juros, a Selic. Com a regra antiga, sempre que a taxa se reduzia de forma mais contundente, tornava-se mais interessante investir na poupança que em rendimentos de maior risco.
Para evitar esta migração que poderia, inclusive, prejudicar o financiamento das contas públicas, as alterações ocorrem neste momento.
Porém, não acredite em tudo que o governo diz.
Dilma afirmou que as alterações protegem o pequeno investidor. No longo prazo, isto pode até ser verdadeiro, mas no curto prazo o que se observará será uma redução nos retornos, e um desincentivo à poupança. O consumo pode aumentar, aquecendo a economia. Por outro lado, o brasileiro já não possui o costume de poupar, e o índice de endividamento tem subido – o que pode levar a maior inadimplência.
No futuro, porém, isto pode favorecer a redução de todas as taxas de juros do país, reduzindo o custo de financiamento (público e privado).
É um avanço.