Da Reuters:
O renomado historiador britânico de esquerda Eric Hobsbawm, cuja obra influenciou estudantes e políticos por toda a Europa e em outras partes do mundo, morreu em um hospital de Londres nesta segunda-feira, aos 95 anos, disse a BBC.
Hobsbawn morreu no início da manhã no Royal Free Hospital, em Londres, onde estava internado para receber tratamento para uma pneumonia.
“Ele fará muita falta, não apenas para sua esposa há mais de 50 anos, Marlene, e seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também para os vários milhares de leitores e estudantes em todo o mundo”, afirmou a família em comunicado.
Hobsbawm recebeu a consagração da crítica com uma obra de quatro volumes sobre a Europa nos séculos 19 e 20, que foi traduzida para 40 línguas. Suas memórias, que foram best-seller, elencaram os momentos cruciais na história europeia moderna nos quais ele viveu.
Tive o prazer de ler parte da trilogia mais importante de Hobsbawm durante a faculdade, e por isso preciso me pronunciar sobre esta gigantesca perda para o estudo de história econômica mundial.
A mídia tende a valorizar proeminentemente o posicionamento político do historiador, mas eu gostaria de me dedicar a outros aspectos deste grande indivíduo. Sua capacidade de análise e síntese tornou seus textos imprescindíveis à compreensão da economia mundial e da evolução do capitalismo.
Hobsbawm tinha uma memória impressionante, e conseguia desprender os fatos mais relevantes de qualquer documento para destacá-lo com maestria. Foram dezenas de publicações que elucidaram de forma única o nosso conhecimento sobre o passado e o presente.
“History is being invented in vast quantities … it’s more important to have historians, especially sceptical historians, than ever before.” – Obrigado, mestre. E vá em paz.