Por determinação judicial, frase “Deus Seja Louvado” deve ser retirada das cédulas brasileiras


Desde 1986, por determinação do então presidente José Sarney, as cédulas brasileiras possuem estampada a frase “Deus Seja Louvado”. Seja você cristão (evangélico ou católico), ateu, agnóstico, judeu, muçulmano ou budista, todos lidam diariamente com uma frase de teor cristão no meio de circulação no Brasil, as notas de Reais.

Entenda na notícia abaixo, do G1, o que e porque muda:

A Procuradoria da República no Estado de São Paulo pediu à Justiça Federal que determine a retirada da expressão “Deus seja louvado” das cédulas de reais.

A ação pede, em caráter liminar, que seja concedido à União o prazo de 120 dias para que as cédulas comecem a ser impressas sem a frase, anunciou nesta segunda-feira (12) a procuradoria. Dessa forma, a medida não gerará gastos aos cofres públicos, diz o Ministério Público Federal em São Paulo.

“O Estado brasileiro é laico e, portanto, deve estar completamente desvinculado de qualquer manifestação religiosa”, cita a procuradoria, como um dos principais argumentos da ação.

Uma das teses da ação é que a frase “Deus seja louvado” privilegia uma religião em detrimento das outras. Como argumento, o texto cita princípios como o da igualdade e o da não exclusão das minorias.

O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, reconhece que a maioria da população segue religiões de origem cristã (católicos e evangélicos), mas lembra que o país é um Estado laico. “Imaginemos a cédula de real com as seguintes expressões: ‘Alá seja louvado’, ‘Buda seja louvado’, ‘Salve Oxossi’, ‘Salve Lord Ganesha’, ‘Deus Não existe’”, argumenta.

A ação também pede à Justiça Federal que estipule multa diária de R$ 1,00 caso a União não cumpra a decisão. A multa teria caráter simbólico, “apenas para servir como uma espécie de contador do desrespeito que poderá ser demonstrado pela ré, não só pela decisão judicial, mas também pelas pessoas por ela beneficiadas”.

Faço minhas as palavras da Procuradoria: ainda que a maioria seja cristã, o Estado brasileiro é laico, e portanto é indelicado, para não dizer ilegal, promover qualquer religião em material público. Não estamos aqui discutindo extremos, como o que ocorre na França (onde é proibida a manifestação pública através de vestimentas – como o Hijab, crucifixos, etc). Mas o dinheiro não pode ostentar determinada frase, e esta mudança se fazia necessária.

E você: concorda com a mudança sutil nas notas de Reais?

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