Há menos de um ano o jornal britânico The Guardian anunciava com pesar que a economia do país havia sido ultrapassada pela brasileira. Naquele momento, os súditos da rainha Elizabeth apontavam uma década perdida para todo o continente europeu:
Europe is expected to suffer a “lost decade” of low growth following a credit binge over the past 20 years. Paying back debts over a short timescale will restrict growth and prevent many countries, including the UK, from clawing back output lost in the banking crash for many years.
Pois bem, graças ao crescimento pífio da economia nos últimos trimestres e à política cambial adotada pelo governo, o Brasil foi novamente ultrapassado pelo Reino Unido. Pior: especialistas afirmam que só conseguiremos ultrapassá-los novamente em 2016. Do Estadão:
A desvalorização do real em relação ao dólar fez o Brasil perder o sexto lugar no ranking das maiores economias do mundo. Considerando o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no 4º trimestre de 2011, e no 1º, 2º e 3º trimestres deste ano, o País voltou para a sétima posição, atrás do Reino Unido. A atividade econômica brasileira em marcha lenta foi decisiva para que a distância entre os dois países subisse para a casa dos US$ 200 bilhões, o equivalente ao PIB da Romênia.
A Economist Intelligence Unit (EIU), responsável pelo levantamento, calcula que a economia do Brasil só voltará a ultrapassar a britânica em 2016. “Segundo nossas estimativas, o País vai continuar crescendo mais do que o Reino Unido ao longo desses anos, mas, levando em conta a evolução da taxa de câmbio projetada para o período, o Brasil só voltará a ser sexto em 2016”, explicou o economista da EIU responsável pela América Latina, Robert Wood.
A EIU, braço de análise da revista britânica Economist, considera no levantamento apenas o PIB nominal dos países (resultado da soma das riquezas produzidas) convertido em dólar. Por isso, na ‘disputa’ Brasil/Reino Unido, pesou a expressiva desvalorização do real ante a moeda americana em 2012. Até sexta-feira, o dólar ganhava quase 12% na comparação com o real. No mesmo período, a libra esterlina acumulava valorização de quase 4% em relação à moeda americana.
A reportagem lembra ainda que em outros rankings de desenvolvimento, o Brasil fica bem atrás. O PIB per capita do Brasil é o 75° do mundo; a educação é a 88ª. Lembro também o índice de GINI, que mede a desigualdade social: nele, o Brasil é o 13º… pior.
O governo insiste em fórmulas que estimulam o consumo. E a produção continua patinando em meio a um dos piores ambientes de negócios do mundo.

Com infraestrutura ultrapassada, o Brasil não consegue crescer e se aproximar dos países desenvolvidos.