Eu nem deveria estar aqui. Você também não. Nós dois deveríamos estar na rua fazendo algo pelo futuro do Brasil. Mas como temos esse minutinho aqui, bora conversar?

VIVE LA REVOLUTION!
É impossível pra qualquer cem gramas de cérebro ambulante falar contra o movimento social que tem tomado conta do meu amado país neste último mês. E a primavera tupiniquim me deixa felicíssimo. Mundos de gente na rua cumprindo algo que eu pedi no meu primeiro texto por aqui: o fim do ativismo de sofá.
Tamo levantando tudo do nosso berço esplêndido e nada pode ser melhor pra nós. Ver a história e o povo se fazendo juntos, nas casas, nas mídias [nas mídias que não são obtusamente amordaçadas por interesses escusos], nas ruas, nas chuvas ou nas casinhas de sapê.
No entanto [eu adoro ser o sujeitinho nojento que vem sempre com a adversativa] não podemos permitir que esse movimento se balburdie. A falta de um programa claro e de uma vontade dirigida pode fazer o gigante agir como uma criança estabanada. Algumas notícias envolvendo depredação e afins são sintomas menores disso. Cuidado, meu gigante! Claro que isso se resolve depois e a mudança é mais importante que o patrimônio. Mas não podemos espalhar essa desorganização organizada mais do que já está. Corremos o risco de criar uma besta acéfala. E da última vez que isso aconteceu muitos corpos ficaram acéfalos nas guilhotinas da Revolution.
Espero que tudo se encaminhe. Que o movimento continue crescendo. Que realmente haja uma mudança de pensamento. Que não acabe tudo numa enorme mixórdia de um guignol carnavalesco. Que o povo mude. Que o pensamento mude. Que o Brasil mude. Especialmente, que eu mude com ele. Já estou saindo daqui pra procurar minha vaga na caminhada da história. Bora?