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Fiquei pelado no parque

Ontem, eu fiquei pelado no maior parque da cidade.

E eu adorei.

Essa semana está muito quente em Berlim.

Muito.

Hoje a temperatura chegou a 32 graus. No sábado, a expectativa é de chegar a 39.

Com essas temperaturas, não há nada melhor do que se refrescar junto à natureza.

Berlim não tem praia, mas tem vários lagos. Entre piscinas públicas, rios e lagos, há mais de 100 opções para dar um mergulho. E para quem nunca experimentou, não há sensação de maior integração com a natureza como nadar rodeado de patos, gansos e outros animais silvestres.

Isso é ainda melhor nu.

Na Alemanha contemporânea, o FKK (Frei Körper Kultur, ou Cultura do Corpo Livre) já não é tão popular quanto na antiga Alemanha Oriental. O Der Tagesspiegel comentou isso recentemente. Ainda assim, há diversos locais onde você pode se bronzear como veio ao mundo.

Créditos: Norbert Sander, Der Tagesspiegel

Um deles fica no coração da capital: o parque Tiergarten. Para não assustar turistas e conservadores, recomenda-se discrição (não vá fazer como a peladona de Porto Alegre). Você encontra a melhor área para o FKK, ao sul da Siegesseule. Para uma lista completa de endereços para tirar a roupa sem problemas na Alemanha, clique aqui.

A minha experiência

Desde que começou o verão, estava curioso para praticar o FKK.

Já havia ido a praias nudistas (em Sitges, na Espanha, e em Florianópolis), então o choque inicial não seria tão grande. Mas aqui na Alemanha, a sensação de liberdade é ainda maior.

Ninguém está nem aí se você esta pelado ou vestido, gordo ou magro, jovem ou idoso. Na área FKK do Wannsee, vi gente de 8 a 80 anos (200m, dos aprox. 1000m de praia às margens do lago, são dedicadas ao FKK).

Mas a primeira vez no parque, no meio da cidade, é especial.

Rodeado de árvores e arbustos, ao gorjear dos pássaros, nunca me senti tão bem.

Depois de encontrar tamanha liberdade na Alemanha, eu me pergunto: por que temos tanta vergonha da nossa nudez? Por que não temos mais áreas (praias, piscinas, saunas, parques) de nudez opcional?

O que você acha? Você iria a uma área nudista?

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Qual o melhor lugar do mundo para se viver?

Confira a lista das melhores cidades do mundo para se viver pela The Economist em 2015 aqui!

Esta pergunta, que pode parecer tão subjetiva e pessoal, vem sendo respondida pela consultoria Mercer há vários anos. E há precisamente seis anos, a liderança não sofre alterações. Viena, capital da Áustria, é soberana com seus museus, fácil acesso a transporte público e rica cultura às margens do rio Danúbio.

Dentre as 230 cidades analisadas, o Brasil sequer conseguiu ficar entre as 100 melhores. Brasília, 107a, lidera o nosso ranking nacional – seguida do Rio de Janeiro (119), São Paulo (120) e Manaus (127), que ao menos mereceu destaque como “Cidade Emergente” devido à sua Zona Franca.

Se você quer uma vida melhor mas não quer ir para muito longe, a melhor cidade para se viver na América do Sul é Montevideo (78), capital do Uruguai, seguida de Buenos Aires (91) e Santiago (93). Os Estados Unidos também não estão com a bola toda, e sua melhor cidade é San Francisco, apenas na 27a posição. Detroit, antiga capital mundial do automóvel, é apenas a septuagésima colocada.

San Francisco, a melhor cidade para se viver nos EUA

Enquanto os EUA amargam posições desconfortáveis, seu vizinho ao norte, o Canadá, emplacou 3 cidades entre as 20 melhores. Destaque para Vancouver, 5a colocada.

Com muita área verde, Vancouver é a melhor cidade para se viver no continente americano

Centros de grande atração turística não são os melhores lugares para se viver. Bangkok (117), Londres (40), Paris (27), Cingapura (26) e Nova York (44) foram as cidades mais visitadas em 2014, de acordo com a Forbes, mas não estão no topo do ranking de qualidade de vida.

Dentre os países, o grande destaque é a Alemanha. A atual campeã mundial de futebol emplacou 5 cidades entre as 20 melhores – Munique (4), Düsseldorf (6), Frankfurt (7), Berlim (14) e Hamburgo (16).

E as 20 melhores cidades do mundo para se viver são:

Rank City Country
1 Vienna Austria
2 Zurich Switzerland
3 Auckland New Zealand
4 Munich Germany
5 Vancouver Canada
6 Dusseldorf Germany
7 Frankfurt Germany
8 Geneva Switzerland
9 Copenhagen Denmark
10 Sydney Australia
11 Amsterdam Netherlands
12 Wellington New Zealand
13 Bern Switzerland
14 Berlin Germany
15 Toronto Canada
16 Hamburg Germany
16 Melbourne Australia
16 Ottawa Canada
19 Luxembourg Luxembourg
19 Stockholm Sweden

*As fotos que ilustram este post são minhas 🙂

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“Que horas ela volta?” expõe diferenças sociais com direção e atuações primorosas

Após grande sucesso no Festival de Sundance, onde teve sua estreia mundial, “Que horas ela volta?” veio a Berlim para surpreender. O filme foi ovacionado pelo público da sala principal do “Zoo Palast”, que contou com a presença da diretora e redatora, Anna Muylaert, da atriz Camila Márdila e de produtores do filme. Parte do encanto pode ser notado nesta análise do Hollywood Reporter:

This densely layered yet almost fast paced-feeling drama, from writer-director Anna Muylaert (…) dissects with both chilling precision and humor such matters as class differences, real mothers vs. caretakers and whether privilege and one’s own station are things that can be questioned or changed. After a Sundance/Berlin double dip, this should see interest from festivals and smart distributors from all four corners of the globe.

Em Sundance, o filme recebeu o prêmio de melhor atuação do júri – concedido a Regina Casé, fantástica como a empregada doméstica Val, e a novata Camila Árdila, apenas em sua segunda aparição nos cinemas. Em Berlim, o filme faz parte da mostra “Panorama”, que não concorre ao Urso de Ouro. No entanto, ao julgar pelo sucesso com o público, o filme ainda fará muito barulho em outros festivais e, por que não, na bilheteria.

O cinema brasileiro é conhecido por dois principais ingredientes: tragédia e sexo. Mesmo abordando o fosso (e as pontes) entre diferentes camadas sociais, o filme foge a esse estigma com maestria. Trabalhado de forma leve e com pitadas de humor, “Que horas ela volta?” é cativante.

Diferenças sociais, porém com tantas semelhanças

À primeira vista, a diferença de classes é o tema principal de “Que horas ela volta?”. O filme conta a história de uma pernambucana, Val, que deixou sua família para trás para trabalhar como empregada doméstica em uma família de classe alta em São Paulo. O equilíbrio é quebrado quando sua filha, Jéssica, vem para a cidade prestar vestibular. A garota tem atitude e energia suficientes para mexer com todos na casa.

Enquanto Val afirma que “Quando eles oferecem alguma coisa, é porque eles esperam que você diga não”, Jéssica não apenas aceita como sugere seus interesses. Ela não aceita, como sua mãe, ser tratada como “cidadã de segunda classe”, e Val fica apavorada com essa ideia. Para ela, cada um nasce sabendo seu lugar na sociedade. Jéssica, por outro lado, vê nos estudos a possibilidade de ascensão social.

Porém, o principal foco da história está no conceito de mãe: seria esta a biológica ou a de criação? E justamente aí reside a mais importante ponte entre classes: enquanto Val deixou sua filha em Pernambuco para trabalhar em São Paulo, “Dona” Bárbara constrói sua carreira à custa de seu relacionamento com Fabinho, que vê em Val a figura maternal.

Anna Muylaert pode ainda não ser famosa entre o grande público, mas tem eu seu currículo a participação nos roteiros de “O ano em que meus pais saíram de férias” e o recente “Praia do Futuro”. Com atitude simples e discurso resumido, Anna dedicou o filme a todos que fazem cinema em Pernambuco. Julgando pelo sucesso com audiência e especialistas, a diretora e roteirista pode ser uma das primeiras brasileiras a brilhar internacionalmente atrás das câmeras. Com o sucesso de sua atuação, Casé corre por fora para ser a segunda brasileira indicada ao Oscar – após Fernanda Montenegro, em 1999.

“Que horas ela volta?” ainda estreia nos cinemas brasileiros em 27 de agosto!

PS: Aparentemente, não fomos os únicos a adorar o filme. “Que horas ela volta” levou o prêmio de melhor filme de ficção pelo público da mostra panorama. Parabéns!!

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Quer aprender alemão online e de graça? O Deutsche Welle vai te ajudar.

Aprender uma segunda língua é primordial para o seu crescimento pessoal. Falar inglês já não é diferencial no mercado de trabalho há bastante tempo – e o espanhol caminha para se tornar igualmente importante.

Como coração pulsante da Europa, a Alemanha é uma das principais origens de investimentos no Brasil. São Paulo é considerada a maior cidade industrial da Alemanha, com a concentração de fábricas de grandes marcas germânicas como Volkswagen, Siemens, Basf, Mercedez-Benz e Bayer.

Para te ajudar a entender um pouco mais da língua germânica, o Deutsche Welle preparou uma telenovela em curtos episódios no Youtube. A lista completa pode ser acessada neste link, e você pode assistir ao primeiro episódio abaixo. De forma leve e divertida, a série ajuda aqueles que já possuem uma base de alemão.

Se você ainda é um iniciante, neste link você encontrará aulas mais completas. Divirta-se!

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Sabe qual a melhor cidade do mundo? Você vai se surpreender…

Surpresa!

Segundo a mais recente pesquisa da divisão de estatísticas da The Economist, a EIU, – Economist Intelligence Unit – em conjunto com o Buzzdata, o melhor lugar do mundo é… HONG KONG!

Isso mesmo, galera. Segundo o novo índice do EIU, que comparou as 70 maiores cidades do planeta, a cidade chinesa conquistou o topo do pódio, completado por Amsterdã e Osaka. São Paulo ficou com a 36a colocação, enquanto o Rio de Janeiro figurou na 42a posição.

Completam a lista das dez melhores cidades: Paris, Sidney, Estocolmo, Berlim, Toronto, Munique e Tóquio.

Para chegar ao resultado, somou-se aos 30 indicadores do índice de melhores cidades para se viver, subdivididos em cinco grandes áreas, uma sexta área, com sete indicadores. Com isto, 75% do resultado final se deve aos já conhecidos Estabilidade, Acesso à Saúde,  Cultura e Ambiente, Educação e Infraestrutura. Para os outros 25%, representando “características espaciais”, foram levados em conta:

– Isolamento

– Espaço Verde

– Poluição

– Conectividade

– Expansão (cidades compactas – mais verticais, no caso – seriam melhores)

– Bens naturais

– Bens culturais

Vocês podem acessar o documento com a metodologia e os resultados através desse link. Esta pesquisa tem um problema SÉRIO: ela não pode ser comparada ao indicador de qualidade de vida já reconhecido internacionalmente, que compara 140 grandes cidades. Isto porque a população mínima das cidades escolhidas excluiu as líderes da pesquisa anterior, como Viena, por exemplo.

Sinceramente, não gostei desse indicador. Enquanto ele não incluir mais cidades, será impossível avaliá-lo plenamente. Outro problema que encontrei foi considerar verticalidade ou proximidade do mar ou de rios – sem observar se estes estão poluídos ou não – como aspectos positivos. E você, o que achou?

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