Boa notícia para quem está descontente com os preços de etanol e gasolina no Brasil.
Da Exame:
A isenção da cobrança do PIS/Cofins para o etanol poderá resultar, em um primeiro momento, na redução de até 10 % no preço do biocombustível hidratado para o consumidor final, e deverá tornar o combustível mais competitivo.
Os ganhos iniciais para os consumidores, contudo, deverão ser apropriados, por conta das condições do mercado, no segundo semestre pelas usinas, que reclamam das pequenas margens de lucro, apontaram especialistas consultados nesta segunda-feira.
Os comentários foram feitos antes do final de uma reunião nesta segunda-feira de representantes do setor com a presidente Dilma Rousseff, para discutir a desoneração que vem sendo reivindicada há cerca de dois anos, como forma de estimular o consumo do biocombustível.
“No limite, a desoneração do PIS/Cofins representaria alguma coisa entre 9 e 10 % do preço líquido atual do hidratado”, disse o presidente da consultoria Job Economia, Julio Maria Borges.
O etanol hidratado é o que compete diretamente com a gasolina, sendo vendido individualmente nas bombas para abastecer os carros bicombustíveis, ao contrário do etanol anidro, que é misturado obrigatoriamente à gasolina.
“É provável que nestes primeiros meses de safra, devido à pressão de oferta natural que existe, que se transfira este benefício para o consumidor final, o que vai dar uma atratividade muito grande para o etanol na bomba”, avaliou Borges.
Um tempo mais favorável para colheita de cana neste início de safra no centro-sul já fez com que os preços do hidratado recuassem no final da semana passada.
Borges lembrou que atualmente, pelas condições de paridade com a gasolina, o etanol é atrativo praticamente em apenas quatro Estados do país, porque nos outros casos o preço fica acima do limite 70 % do preço do combustível fóssil.
“Com a desoneração, e se isso for repassado para o consumidor, todos os Estados vão poder comercializar o hidratado”, acrescentou.
Já não é de hoje que os preços de gasolina e etanol tem forte correlação, e qualquer pessoa atenta percebe isso.
O percentual de veículos bicombustíveis na frota nacional cresceu rapidamente. Segundo a UNICA – União da Indústria da Cana de Açúcar, em dez anos desta tecnologia, alcançamos 60% da frota de veículos leves flex; dos carros novos, 85% são flex.
Os donos de postos de gasolina sabem disso, e sabem da relação custo/benefício na hora de escolher entre etanol e gasolina (se o preço do etanol for inferior a 70% do preço da gasolina, ele é mais vantajoso). Com isto, cada vez que um sobe, o outro sobe também.
O governo, de olho nesta estratégia que ajudou a inflar os resultados financeiros dos donos de postos, cortou o imposto do etanol. Não é surpresa que o preço da gasolina virá atrás, reduzindo os custos de transporte de muita gente – e ajudando a segurar a inflação, motivo de preocupação do governo atualmente.
Ainda que demore a chegar às bombas, você está feliz com a redução nos preços dos combustíveis?