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Um café para amar Dublin

Um domingo chuvoso e um fim de viagem exaustivo.

Eu não esperava muito da cidade, especialmente após visitar Temple Bar no sábado e me sentir em pleno carnaval.

Mas assim que nos afastamos do circuito turístico rumo ao St. Stephen’s Green, mudamos de ideia. Especialmente ao parar no Coppinger Row, um dos cafés/restaurantes mais em voga em Dublin.

Escolhemos os ovos marroquinos com salsicha de almôndega, pimentões vermelhos grelhados, iogurte de menta e torradas:

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E ovos pouché com molho hollandaise sobre carne de porco desfiada, acompanhados de salada de rúcula e tomates grelhados.

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Para o brunch, o restaurante serve quatro tipos de bloody mary. Provamos dois, e não há nada melhor para curar a ressaca.

O ambiente é acolhedor e aconchegante, seguindo a linha irlandesa mas com toques de modernidade. O público era majoritariamente jovem, de grupos de amigos a casais de namorados.

Copyright: Wild and Grizzly

Chegamos cedo – 12h30 – e não precisamos esperar por mesa. Como o Coppinger Row está ganhando bastante atenção da mídia, siga o nosso exemplo – eles reservam apenas para grupos com seis pessoas ou mais (na noite anterior, tentamos jantar no Elephant & Castle, mas a fila de espera era de 2h30!).

Os preços são razoáveis, e gastamos menos de 30€ por pessoa – brunch, café, bloody mary.

A Irlanda ainda não é tão visitada por brasileiros como a Inglaterra, França ou Espanha, por exemplo. Ela reserva grandes belezas naturais, especialmente nos condados de Kerry, Claire e Galway.

Mas se você decidir conhecer a terra dos celtas e passar pela capital, não deixe de ir ao Coppinger Row.

Este é o meu primeiro post com dicas para o que fazer em viagens. Se vocês quiserem mais posts como esse, comentem!

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Aquecimento global altera a geoeconomia

A China está redesenhando a geoeconomia há pelo menos 20 anos, e isso não é nenhuma novidade. Agora, eles estão recriando também os caminhos possíveis. A rota que circunda toda a “costa” russa pela região acima do círculo polar ártico é uma fronteira quase imbatível. Mas o aquecimento global está facilitando aquele trajeto e, reduzindo o tempo gasto para se chegar da China à costa ocidental da Europa pelo mar.

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Do Estadão:

As mudanças climáticas se transformaram em uma importante aliada das empresas de navegação chinesas. O navio Yong Sheng, de 19.461 toneladas, da empresa Cosco, deu início no porto de Dalian, província de Liaoning, a uma viagem de 33 dias para chegar a Rotterdam, na Holanda.

O navio vai passar o estreito de Bering e navegar ao longo da costa russa, segundo informou a imprensa oficial chinesa. Trata-se do primeiro navio mercante da China a utilizar a passagem do Noroeste do Ártico, ou rota marinha do Norte, para chegar à Europa.
A via pode representar uma revolução para o comércio mundial a longo prazo. Geralmente a rota não era utilizada porque as geleiras tornavam a navegação impossível.

Com o degelo decorrente do aquecimento global, as empresas acreditam que poderão reduzir em 30% o tempo de duração da viagem, que passaria de 48 para 33 dias. A mudança significa um forte impacto em termos de vantagem econômica para os produtos chineses.

Analistas internacionais ainda são prudentes e advertem que serão necessários vários anos até que o trajeto seja considerado comercialmente viável e uma alternativa ao Canal de Suez.

Há tempos a rota pelo Canal de Suez não é uma opção segura: a costa da Somália está repleta de piratas em um Estado quebrado. E essa não é a única limitação: a redução significativa na distância percorrida pelos navios pode salvar importantes recursos dos exportadores asiáticos.

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Será possível resolver os problemas da união europeia numa folha A4?

Para primeira crónica no “Economistinha” podia começar logo a falar da enorme crise que afeta atualmente o Continente Europeu, a União Europeia e em especial a Zona Euro!

Mas mais importante que falar das razões da crise, (pelo menos por agora) é a necessidade de compreendermos porque é que a União Europeia e as Instituições que a compõem não conseguem dar uma resposta coordenada e eficaz para promover a mudança deste ciclo recessivo que está a afetar o velho Continente.

 

Como tal vamos tentar perceber como funciona a União Europeia e quais as instituições que a compõem! Como funcionam? Quais os seus poderes? Serão realmente democráticas? E como podia a União Europeia ser, para conseguir dar uma melhor resposta à crise e às apreensões dos povos europeus?

 

Rui Tavares é Eurodeputado independente e explica de forma acessível a todos a encruzilhada de Tratados e “patamares de democracia” que atualmente definem a União Europeia e que faz com que os povos Europeus sintam cada vez mais um distanciamento da Europa. Deixa no fim, é claro, uma sugestão de União Federal e de criação de respostas coletivas para a crise, isto tudo numa folha A4. Sendo que um Europeísta convicto subscrevo as suas palavras!

Rui Tavares (Lisboa, 1972) é historiador, cronista e deputado ao Parlamento Europeu (independente, Verdes/Aliança Verde Europeia), onde trabalha nas áreas de Liberdades e Direitos Civis, Direitos Humanos e Cultura e Educação.

É doutorando na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, onde conclui uma investigação sobre censura no século XVIII. Publicou, entre vários títulos, “O Pequeno Livro do Grande Terramoto” (Tinta-da-China), e traduziu autores setecentistas e oitocentistas. Escreve duas crónicas por semana no jornal “Público”.

Uma excelente intervenção no TedX Cascais em Portugal que vale a pena assistir!

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Grandes novidades no Economistinha!

O seu blog favorito está lançando algumas boas novidades hoje!

Talvez você tenha chegado até aqui e pensado… ué, o Francis está maluco. Não vejo mudança alguma! As mudanças são discretas, e vêm apenas para reforçar o que já estava bom. Estava na hora de alçar vôos mais altos, rumo ao desconhecido. E para isso, o Economistinha cresceu.

Se você for bom observador, deve ter notado duas coisinhas pequenas – mas significativas:

1) Agora, o Economistinha tem domínio próprio! É isso aí, agora sua vida ficou mais fácil. Basta digitar economistinha.com em seu navegador e pronto! Ah, e você sempre pode acompanhar nossos novos posts através da nossa página no facebook ou de nosso twitter. Mais do que praticidade, isso traz maior independência para o blog, além da tão sonhada maioridade na blogosfera!

2) Mudamos nosso “about” para “O Economistinha”. Porque se é sobre nós, é o Economistinha! E se você ainda não clicou ali, ainda não viu nossas maiores novidades para esta temporada…

3) O Economistinha tem novos autores!

Depois de algumas participações especiais ao longo dos últimos 14 meses, chegou a hora do blog ganhar com uma visão ainda mais ampla. O Danilo e o Diogo se juntam a mim para que o blog cresça em qualidade e diversidade. Enquanto o Diogo vai escrever semanalmente sobre a crise europeia sob a ótica de alguém que sente na pele os seus efeitos, o Danilo vai quinzenalmente nos entreter e fazer pensar com crônicas ricas em simbolismos, misturando personagens da ficção e da realidade. E eu vou continuar analisando diversos pontos da macroeconomia, política, economia doméstica/finanças pessoais e atualidades.

Vai, clica aqui e leia mais sobre nossos novos autores!

Ansioso pelas novidades?

Pois ainda nesta semana nossos novos autores vão estrear aqui no Economistinha. Fique atento!

Essas mudanças visam ampliar o leque de abrangência do blog e reforçar áreas que eram cobertas apenas superficialmente. Juntos, somos mais fortes. E agora, o Economistinha é ainda maior. Três autores em três continentes, sempre buscando uma forma original e inteligente de informar.

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Desemprego: a Europa em desespero

Os níveis de desemprego na Europa estão consistentemente altos, e não dão sinais de que vão ceder tão cedo. A crise social é profunda. Depois de tantas elevações nos impostos e cortes nos gastos sociais, a aprovação aos governos já é praticamente nula.

A situação é mais grave nos países em que a crise é mais profunda, dando sinais de que a recuperação demorará – e muito – para chegar. Pessoas desempregadas não têm condições sequer de pagar suas contas do passado (e boa parte das famílias dessas nações está drasticamente endividada). Confiram a ilustração abaixo, com dados do Eurostat (organizados pelo português Dinheiro Vivo):

Os chamados PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) têm os níveis mais elevados da região. O minúsculo Chipre, que recentemente balançou a Europa após solicitar resgate, apresenta níveis igualmente elevados – e crescentes.

Nos últimos doze meses, o desemprego passou de 21,5% para 27,2% na Grécia, de 10,7% para 14,2% no Chipre, de 24,1% para 26,7% na Espanha e de 15,1% para 17,5% em Portugal. Quem achava que a situação já estava ruim, se enganou. Ela conseguiu piorar.

Em toda a União Europeia, são 5,7 milhões de jovens desempregados. Veja mais aqui.

Peguemos o caso da Espanha, nação com maior representatividade na economia europeia dos supracitados: além dos assustadores 26,7% da população em geral, não há bons prognósticos para os recém-ingressantes no mercado de trabalho: 55,9% das pessoas com menos de 25 anos não têm trabalho. Isso mesmo: mais da metade.

Para piorar, a duração do desemprego influencia na capacidade de retornar ao trabalho. Veja o gráfico, do The Atlantic:

Alguém vê uma saída para a Espanha?

Eu, infelizmente, não.

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