Ontem, o TSE aprovou o registro do Partido NOVO, o 33o partido de nosso país. Ele usará a legenda 30, e já poderá ter candidatos nas eleições do próximo ano, para prefeitos e vereadores.
Mais um partido?
Sim. 33 partidos é um absurdo. Há tantas legendas no Brasil que a maior parte da população sequer sabe enumerar cinco delas. Quem dirá 33. Fora os partidos “clandestinos”, como a Rede de Marina Silva – que aguardam aprovação.
Mas a chegada do Novo é bem vinda. Por quê?
Porque o novo é um partido defensor do liberalismo, área de pensamento político até então órfã em nosso Estado.
Os dois partidos que dominam a cena política brasileira desde 1994 seguem a linha social-democrata, onde o Estado atua para promover a justiça social em um Estado de Bem Estar Social.
Enquanto o PT possui teor mais estadista, o PSDB migrou à direita com a ascenção de Lula (vale muito a pena ler este texto sobre isto).
Até então, aqueles que não se identificam com a esquerda apenas encontravam voz em membros da Bancada BBB (Bíblia, Boi e Bala). Mas esse grupo tampouco me representa – eles representam a ala mais retrógrada da nossa população.
Mas no maniqueísmo da nossa política atual, em que quem não está a favor do governo está contra o Brasil e suas instituições, faltavam alternativas.
Agora não falta mais. E exatamente por isso o Novo pode chacoalhar a política nacional.
PP, DEM e PSC – que cresceu consideravalmente nos últimos anos justamente com os descontentes de outras siglas à direita do PT no espectro político brasileiro – são os primeiros que devem se preocupar. O extremismo de parte de seus membros nunca interessou a liberais, tanto economica quanto socialmente.
O Novo também pode roubar muitos votos tanto de PT quanto de PSDB e, com isso, se mostrar uma terceira via possível.
Segundo o website do Novo, seus principais valores são:
– Liberdades Individuais com responsabilidade
– Indivíduo como único gerador de receita
– Todos são iguais perante a lei
– Livre mercado
– Indivíduo como agente de mudanças
– Visão de longo prazo
Com o intuito de separar gestão partidária de cargos políticos, aceitar apenas membros ficha-limpa e limitar o carreirismo político, o Novo pode trazer novos ares ao Brasil. Seus fundadores são empresários, administradores, arquitetos, engenheiros, médicos e empreendedores, “sem vínculos com políticos tradicionais”.
Ideias liberais também vêm em boa hora – com a dificuldade em encontrar uma saída para o rombo fiscal, apenas uma profunda reforma e diminuição da máquina pública são uma saída viável para o país.
O Brasil precisava disto.
Se o Novo demonstrar na prática o que apresentou até agora, eu sem dúvida apoiarei seus candidatos nas próximas eleições. Ideologicamente, sou social-democrata e liberal social. Mas acredito que o Brasil precisa de novos ares. Para isso, nada melhor que um Partido Novo.