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Brasil sobe cinco posições e é o 48. mais competitivo. Confira o ranking completo aqui.

Segundo o Índice de Competitividade Global (GCI, na sigla em inglês), o Brasil melhorou cinco posições em relação ao ano anterior e ocupa atualmente a 48a colocação no planeta (em uma lista com 143 nações).

Apesar das dificuldades encontradas pelos empresários brasileiros, o país consegue subir cinco posições e assumir a 48a colocação.

A crise europeia parece recrudescer a posição dos países nórdicos, que se distanciam ainda mais na liderança e conseguem assegurar a repetição de resultados positivos do passado: a Suíça lidera pelo quarto ano consecutivo, seguida novamente por Cingapura. Nas terceira e quarta posições, Finlândia e Suécia trocaram de posição.

Em contrapartida, seus vizinhos do sul perdem espaço: Portugal (49.) caiu quatro posições, e hoje é menos competitivo que o Brasil, por exemplo. Espanha (40.) e Itália (46.) também já viram dias melhores. Isto para não falar da Grécia, apenas a 96a colocada, em queda de seis posições – atrás até mesmo da Argentina de Christina Kirchner.

O Chile se mantém como o melhor latino-americano do ranking, na 33a posição geral (duas abaixo do ano anterior). De acordo com o relatório publicado (disponível apenas em inglês, através deste link), uma relativa melhora nas condições macroeconômicas brasileiras, apesar da inflação ainda alta, garantiram a melhoria no ranking. Destacam-se a razoavelmente sofisticada comunidade de negócios e o sétimo maior mercado interno, além do fácil acesso a financiamentos. Por outro lado, a baixa confiança nos políticos (121a posição) e a eficiência do governo (111a melhor), a excessiva regulação governamental (144a colocada) e os gastos desnecessários (135. lugar) contam muito contra o país.

Ainda foram destacadas negativamente a dificuldade em se abrir uma empresa, barrando o empreendedorismo, o excesso de impostos e  a baixa qualidade do ensino, além da infraestrutura de transportes.

Segundo o World Economic Forum:

Vários países da América Latina melhoraram seu desempenho competitivo: O Brasil e o México subiram cinco posições para 48º e 53º respectivamente; o Peru, subiu seis posições para 61º; e o Panamá, nove posições acima, chegando à posição 40º. No entanto, a região como um todo ainda enfrenta desafios importantes em relação ao um quadro institucional frágil, infraestrutura deficiente, alocação ineficaz dos recursos produtivos, resultados educacionais de baixa qualidade e baixa capacidade de inovação.

Apesar de aumentar sua pontuação geral de competitividade, os Estados Unidos continuam a cair no ranking pelo quarto ano seguido, perdendo mais duas posições e chegando à sétima posição. Além das crescentes vulnerabilidades macroeconômicas, alguns aspectos do ambiente institucional do país continuam a despertar preocupações entre líderes de negócios, particularmente a baixa confiança popular nos políticos e uma visível falta de eficiência do governo. De um ponto de vista mais positivo, o país continua a ser uma potência inovadora global e seus mercados funcionam de forma eficaz.

Você pode ler tudo a respeito deste report através deste link. O ranking completo (em excel) pode ser baixado aqui.

Abaixo, um interessante gráfico criado pela The Economist, com a correlação entre PIB per capita e a competitividade. Note os outliers: países com muitos recursos naturais (petróleo, principalmente) podem ter um PIB per capita mais elevado, mesmo com menos competitividade. Isso coloca ainda mais pressão por um crescimento do Brasil no ranking da WEO.

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A política brasileira está velha e louca?

A The Economist divulgou recentemente um gráfico bastante interessante, que compara a idade média das populações de diversos países com a de seus líderes. Vejam abaixo.

Dos onze países avaliados, o Brasil tem a terceira população mais jovem. Por outro lado, a idade média dos ministros do país é a quarta mais alta, próxima a 60 anos. Nossa presidente, Dilma Rousseff, fará 65 anos de idade neste ano, e Michel Temer, seu vice, fará 72.

Ao contrário de Mallu Magalhães, que compôs a frase como um ato de rebeldia e auto-afirmação no auge de sua juventude, a política brasileira de fato está velha e louca.

O Brasil é liderado por dinossauros. Sarneys, ACMs e Malufs são apenas as arestas mais aparentes de uma complicada teia de trocas de favores e patronalismos baratos.

O congresso não tem discussões políticas relevantes e de interesse do Estado (ou seja, de todos nós). Ao invés de partidos motivados por planos de gestão e de país, há bancadas. Bancadas que não passam de bandos organizados por lobbies de grupos poderosos. Bancada ruralista, bancada evangélica, bancadas regionalistas.

Nos níveis inferiores, a mamata, o nepotismo e a falta de bom senso são ainda piores: câmaras municipais e assembleias regionais se reúnem para, no máximo, votar mudança em nome de rua. Isso quando aparecem: são cada vez mais frequentes as notícias relacionadas a faltas exageradas de políticos que usam o tempo em que deveriam estar trabalhando pelo povo para visitar currais eleitorais, ou para viajar a lazer.

Até quando?

Os jovens e jovens adultos brasileiros não se interessam pela política. Poucos conseguem ascender, pois a estrutura já está montada e é impossível avançar sem padrinhos políticos. Os poucos que surgem ou são parentes de antigos políticos (filhos, netos, sobrinhos, etc) ou conseguiram fama anterior (ex-bbbs, sub-celebridades, ex-jogadores de futebol, e por aí vai).

Infelizmente, eu não consigo ver uma saída. A única forma de mudar isto seria uma reforma profunda da política brasileira, ou uma mudança ideológica e cultural. Enquanto as pessoas votarem em rostos conhecidos, e não em ideias, pouco se pode acreditar em mudanças.

PIOR: políticos velhos dificilmente terão ideias novas para o país. Serão retrógrados e conservadores. Reformas? Pff.

O país vai se engessando, com burocracias desnecessárias, infraestrutura decrépita e produtividade (de)cadente.

Novamente, eu pergunto: até quando?

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