Na Suécia, se você pretende fazer um esquenta em casa antes de ir para a balada – e é bom que faça, porque lá as bebidas alcoólicas são caríssimas – você precisa se preparar com antecedência.

Exemplo de uma loja da rede Systembolaget, controlada pelo governo e única autorizada a vender bebidas alcoólicas na Suécia
No Brasil, estamos acostumados a passar no hipermercado a qualquer hora e comprar uma garrafa de vodka sem maiores problemas. Isso quando não se vai a uma loja de conveniència de um posto de gasolina.
Na Suécia, a realidade é completamente diferente. Desde 1955, o governo detém o monopólio da venda de bebidas alcoólicas (com teor superior a 3,5%), através da rede Systembolaget. Isso vem em sequência a uma série de medidas que, desde 1830, tenta controlar o consumo no país. Até mesmo vinhos e cervejas com teor alcoólico superior a 3,5% são vendidos apenas nesta rede.
A Systembolaget conta com mais de 400 lojas em todo o país, mas controla fortemente o consumo. De segunda a sexta, as lojas funcionam apenas até as 18h. Nos sábados, até as 15h. Todos os produtos são vendidos em embalagens individuais (salvo encomenda anterior, sujeita a justificativa plausível). Apenas pessoas acima dos 20 anos de idade podem comprar bebidas alcoólicas (ainda que, em bares e restaurantes, maiores de 18 anos possam ingeri-las).
Além disso, bebidas alcoólicas são fortemente taxadas (progressivamente, de acordo com o teor alcoólico). Vinhos sofrem sobretaxa de 22,08 coroas por litro (pouco mais de R$7); já a vodca é sobretaxada em 200,56 coroas por litro (quase R$70!).
Em um país com pelo menos seis meses de inverno, com pouquíssima luz natural e temperaturas consistentemente abaixo de zero, o alcoolismo poderia ser um problema grave. Porém, o governo controla o álcool e oferece incentivos a exercícios físicos (todas as empresas são obrigadas a pagar uma bolsa-academia de quase R$700/ano a cada funcionário). O que você acha dessa iniciativa? Você acha que ela seria aceita no Brasil? Que efeito ela teria sobre a sociedade?